sábado, 20 de novembro de 2010

"A fora é minha"

Essa é uma história verídica que ouvi de um amigo meu.

"Todo mundo sabe que esse negócio de 'fora' sempre dá problema, um chega antes do outro, mas o outro não vê, aí rola briga. Nesse dia eu estava com meus primos, aguardando, dentro da quadra, a hora que a gente entraria no jogo.
Nisso, dois caras começaram a discutir, porque um disse que a fora era dele, o outro disse que era do outro, um deles ficou muito irritado, se deu por vencido e foi lá no cantinho, pegou a bike e saiu, chateado.
O jogo seguiu e, instantes depois, o cara voltou, eu ainda comentei 'ih, ó lá, o cara veio tirar satisfação'. Ele largou a bicicleta e veio caminhando. O outro preparou a guarda para sair na porrada, aí o primeiro foi e sacou um calibre 38, e disse: 'de quem é a fora agora?'

Velho, o cara parou na mesma hora e disse 'é sua, é sua' . O outro: 'EU QUERO QUE VOCÊ DIGA, PRA TODO MUNDO OUVIR, DE QUEM É A FORA'.

 Tá! Que todo mundo? Já tinha todo mundo corrido, não tinha ninguém mais na quadra. O cara do revólver concluiu 'tá, tudo bem, mas agora não quero mais jogar não!', e saiu."

Ainda tento imaginar Saulo escalando uma grade de três metros e meio pra fugir. Haha.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Música e gritinhos.

 Tenho uma afinidade particular por musiquinhas gritadas, onde você sente que aquilo só poderia ser expresso mesmo daquela maneira, que faz você se sentir na história e entender. É o caso de Leave, de Glen Hansard, uma das músicas do filme Once-Apenas uma Vez. Ele diz à mulher para partir, e vai gritando perto do fim de uma maneira que você quase sente como se você fosse a mulher e ele estivesse te expulsando, de forma que torna real e espontânea a história, não acha? Eu choro.

Outra que gosto muito é “Quem vai dizer Tchau”, do Nando Reis. No refrão, ele vai abaixando a voz, cantando calminho, falando do amor. Aos poucos ele vai aumentando a intensidade, tudo a ver com a letra, que diz: “A gente não percebe o amor que se perde aos poucos sem virar carinho/Guardar lá dentro o amor não impede/ que ele empedre, mesmo crendo-se infinito” aí é quando ele alteia de vez a voz, como se realmente estivesse expulsando o amor, cantando e gritando “tornar o amor real é expulsá-lo de você pra que ele possa ser de alguém”. Poético.
O que dizer então de “porque que a gente é assim?”, de Cazuza, cantada por Barão Vermelho? Tanto o som te faz pensar em festa e bebedeira quanto a letra e a forma como o Frejat canta dá graça às frases “você tem exatamente três mil horas pra parar de me beijar”. Adoro. ;)


Por último, tem “Esse é o remédio”, de Planta e Raiz, musiquinha que fala de paz, e, lá pro fim, o Zeiden dá uns gritinhos, como que reafirmando que “ a humanidade precisa do amor, do amor, do amor, do amor” =). Linda, gosto muito.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Compor, eu? Não, não.

Estive coletando outras ideias, textos e afins, por isso a demora em postar. O texto de hoje foi escrito hoje mesmo, um breve desabafo. Bom, então...lá vai:




Já falei outras vezes sobre o fato de eu não conseguir compor letra e música. Uma vez, aliás, coloquei letra numa das músicas do meu pai. Tinha catorze anos na época, há trechos que gosto muito, por me lembrar do que me fez colocá-los ali, do sentido que fazem pra mim pelo ambiente agradável do jardim de meu pai. 

Outras partes, porém, parecem estragar a melodia tão gostosa da música que, por ser uma das mais gostosas de se ouvir dentre as que ele compôs, se chama “A jóia”, preciosa como é para nós.

E daí paro e penso em como as palavras fluem na boca dele com qualquer combinação de acordes que ele toque no violão dele, o companheiro. Vai balbuciando sílabas e, aos poucos, ele tem um cardápio de palavras legais compondo uma história, uma descrição, o que seja. E eu não. Não consigo fazer isso.

Aí então parece paradoxal: para que amar português e escrever todos os dias, para que amar a música e estudá-la com suas teorias e histórias, harmonias e contrapontos se, no fim, não consigo juntar as duas coisas?

É como se fosse Deus a limitar, a dizer: “Luma, aqui não, deixe as outras pessoas fazerem, você não”, e aí aquela vontade insana de colocar as emoções que sinto nas letras de uma canção, para serem cantaroladas por aí, pelas bocas das outras pessoas, e, quiçá, traduzir para alguém algumas coisas que ele também sente.

Mas não sai. A ideia não vem. O som pode surgir, mas ele pede independência, pede que o espaço seja só dele, e, assim sendo, eu não consigo encaixar uma palavra sequer naquele emaranhado de notas. E é só, não consigo. Não consigo. Não consigo. Não sai.

Antes que se pense que estou só reclamando, não, não. Acontece. Não se pode ter  tudo o que se quer, e, aliás, fico bem me apaixonando pelas músicas das outras pessoas, de qualquer forma.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Tão eu.

Mais um texto narcisista. Ontem não postei nenhum porque fiquei doente =xx Tive que descansar e passar longe do pc. Ok, leiam abaixo...

"Desconfio que ninguém irá me amar mais do que eu própria - e isso não é frase pronta de livro de auto-ajuda. É que a voz que eu ouço por dentro da cabeça difere da que os outros ouvem por fora, a pose que eu faço na frente do espelho não condiz com o que sai na foto, a ideia que me vem na cabeça nem sempre é dignamente expressada, o som que as pessoas escutam através das cordas do piano não é igual ao som que eu imprimo com a melodia na cabeça e já me preocupando com as notas seguintes.





O sabor, de fora para dentro, não é o mesmo, e o meu eu perdoa as vezes em que grito, choro ou quebro regras, apoia os meus sonhos mais loucos e projeta os meus objetivos próximos. Aí me acho linda. Somente eu tenho pay-per-view ilimitado de minha própria vida , e acho graça do amor, da paixão, daquele dia que cheguei bêbada, da chuva quando me aborda no meio da tarde. Meus lábios me permitem sorrir se eu acordar numa casa detonada pela festa do dia anterior, ou se o vento me soprar a fronte pela janela do automóvel, se a careta ficou legal no espelho, a pose ensaiada, ou se a roupa ficou perfeita, e ainda complementada pelas unhas pintadas na correria.





Minha mente não me permite discrição para disfarçar que adorei aquele estranho abaixando os óculos escuros só para me olhar, ou aquela criança que parou pra me ver cantar, o rapazinho que hipnotizou ao me ouvir tocar...




Meus olhos brilham ao ver amor e beleza onde quer que seja. esse meu excesso de amor próprio, esse mesmo que faz com que eu nem acredite que esse cabelo lindo seja meu, que a pele do rosto seja limpa, que o pescoço seja imponente, que haja três sinaizinhos charmosos nas saboneteiras, e um no meio do lábio inferior, que o corpo seja magro e modelado, que eu tenha direito de possuir essa imagem. Esse amor me cerca, me aquece e me faz gostar da beleza dos outros também. Me faz acreditar que todo mundo poderia se sentir assim, bastando apenas investir no que tem de melhor.

Mas, repito, desconfio que ninguém irá me amar mais do que eu própria, o que me traz um pouco de solidão. A auto-estima me torna segura e apaixonada pelo meu ego, mas parece carregar uma incompletude, sua cruz. 

Afinal, os narcisistas também sofrem."

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Obsessão

Fragmentos de um amor que oscila entre a indiferença e a possessividade.
Extraído de uma data qualquer do meu diário.



"Uma coisa que eu sei é que tem volta.

Ele saiu de minha vida assim, sem deixar feridas. Agora sei onde encontrá-lo. Os dias sem ele têm sido bons, não tenho do que me queixar. Passam cheios, jamais brancos. Tenho cuidado das minhas coisas e ele não é o tipo que me ocupa o tempo e me tira do ofício. Ele tem cuidado dos objetivos dele - e eu dos meus. Não penso tanto nele, nem sequer leio as páginas que escrevi sobre nós, porque hoje o observo como quem vê um amigo experiente que pode lhe dar bons conselhos.


Mas não vai ser assim por muito tempo. Vai ter o dia em que ele virá.

E é bom que o sentimento seja sincero, natural, espontâneo, que posso sentir raiva dele e expressar, ou gostar e demonstrar. É essa liberdade que me traz paz. E é o fato de eu não me abalar que o prende a mim, porque por mais que eu não entenda porque ele invocou em me querer, eu sei que há algo que eu não entendo - e que talvez nem ele entenda - que o une a mim, de uma forma tão simples e tênue que o faz sentir-se meu.

E ele é."

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Em frente ao espelho.

Vou dedicar as postagens dessa semana ao romantismo. Abaixo, um texto que fiz em 16 de julho.



“Ela, quando prende o cabelo em coque, deixa ver os fios curtos na nuca, cobrindo a pele branca e fresca. O rosto, apenas com a franja curta tocando as sobrancelhas, fica mais arredondado e juvenil. O sorriso, quando se vê no espelho, empurra as bochechas e faz franzir os cantos dos olhos. Os cabelos, na lateral, fazem linhas suaves e brilhosas.

Seria mais perfeito se fosse um homem que escrevesse essas palavras – mas algo em seu íntimo lhe diz que isso jamais acontecerá. Que a beleza que ela mesma percebe é apenas vista pelos outros superficialmente, pois ninguém esteve atento aos detalhes. E todas as palavras que denunciam essa descrição não foram escritas ou pensadas por um homem. Elas sequer saíram das mãos de outra mulher.

Porque ela sou eu.”

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Amigo-queimação




Ainda não encontrei ninguém melhor que Ton no quesito "queimar as próprias amigas", e nesse caso ele ainda  fez artimanhas para 'consertar' ao seu modo.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Repertório para o Voz e Violão antes da palestra do Ensecom

Geente, tô dando uma revisada para fechar o repertório (que tem que ser pequenino, é só meia horinha) de músicas pra tocar no Ensecom. (para quem não sabe o que é, vê lá o twitter deles: @Ensecom)


Tema de Amor - Marisa monte - dica de Samara Batista (@) 
João e Maria - Chico Buarque - dica do Arthur Fernando Ziguratt (@ )
Meu eu em você - Victor e Leo
Nós - Cássia Eller - dica do Lucas Gigi (@ )
Do lado de cá - Chimarruts 
Dessa vez - Nando Reis - dica de Aline Lisboa (@)
Carnavália - Tribalistas -  dica de Samara Batista (@) 
Tema de Amor - Marisa Monte -  dica de Samara Batista (@) 








Falta escolher uma de Vanessa da mata, qeu eu adoro =p
entre
Amado
Ainda bem
Ai, ai, ai, ai
Não me deixe só
Essa nossa canção




porque sugeriram Vermelho, mas eu não conheço...aí só se der tempo, ok?


Caso haja alterações, eu edito aqui =p

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Desculpe, Sul e Sudeste: nossas escolas de segundo grau deram Geografia completa - e nós aprendemos.

Seguinte, gente: hoje no Twitter rolou mó bafafá com relação a comparações, difamações, intrigas entre Nordeste e Sudeste.
Não vou discutir muita coisa não, porque parto do princípio de que alguém pode criticar o que conhece, e só. Nada de abrir a boca por aí - ou o twitter - e falar do que não sabe.
Em primeiro lugar, porque eu não critico o modo de viver e pensar dos paulistas, por exemplo. Mas critico o fato de eles fazerem piadas indevidas com quem vive/é daqui.

Botei o mapinha já com os nomezinhos pra que todos, inclusive os paulistas, possam entender a piadinha, ok?

E por que que eu falo que o sul e o sudeste do país fala do que não sabe? Porque aconteceu comigo recentemente o absurdo de encontrar com um DJ na recepção do personal Royal em Caxias do Sul e o cara, depois de ouvir que éramos de Sergipe, virar e falar: "Ah, eu estive lá perto esses dias, em Manaus"
GEEEEEEEEENTEEEEEEEEEEEEEE, eu nem consegui responder de tanto que eu ri da falta de ensino médio da pessoa. hahahhaha
e não foi um caso isolado, eu já ouvi paulista tirar onda com uma amiga de João Pessoa sobre praia, ignorando o fato de que joão Pessoa é no litoral...enfim. Eu ainda não fui a São Paulo, mas tenho uma breve noção de onde fica cada estado do Brasil, e, pelo que vejo, a maioria aqui tem.

E outra, só para desmistificar a coisa toda: paulistas, cariocas, catarinenses, seja o que for: Minas também tem sertão, o Nordeste não fica na Bahia, não vive todo mundo no agreste, nem todo mundo passa fome (existem ricos e pobres, corruptos e honestos, como, imagino, em todo lugar), aqui tem água sim, e, a mais esclarecedora: APROVEITEM A FACILIDADE ATUAL COM A INTERNET PRA PESQUISAREM SOBRE O QUE VOCÊS VÃO FALAR. Já ouviram falar de Google, né? Que bom! Porque por aqui a gente já usa, se quiserem umas dicas, só falar, ok?

P.S.: Eu não tenho nenhum problema com pessoas de outras cidades e estados, especialmente porque adoro viajar e existem pessoas legais em qualquer lugar do mundo. digo isso principalmente pelas pessoas tão bacanas que conheci em Porto Alegre e Caxias do Sul.
 Eu só não gosto - nem aceito - que venham falar do meu estado, ou da minha região - que é tão vasta, mas percebo que é muita informação pra guardar, então o resto do país tende a nos reduzir a um simples conceito, creio que para facilitar o armazenamento na memória...