terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A necessidade de vida real nos comerciais



Este foi o título de um dos tópicos que fiz sobre Linguagem no meu Trabalho de Conclusão de Curso (Tema: "Texto Publicitário: a emoção como espelho da sensibilidade do receptor"). Isso porque, ao contrário do que achei nos livros de Publicidade, em que quase era um consenso dizer que a Publicidade cria um universo perfeito e irreal:





"A mensagem publicitária cria e exibe um mundo perfeito e ideal, verdadeira
ilha da deusa Calipso, que acolheu Ulisses em sua Odisséia – sem guerras,
fome, deterioração ou subdesenvolvimento. Tudo são luzes, calor e encanto,
numa beleza perfeita e não-perecível." (CARVALHO, 1996, p. 11)




Bom...não é bem isso que tenho visto. Não sei como era em 1996, quando Nelly de Carvalho escreveu isso, mas hoje...eu vejo muita coisa real na propaganda. Seja pra evidenciar coisas ruins/ realistas como a do Criança Esperança (1) e a da Casa do Zezinho (2) ou para mostrar "Como a vida pode ser legal, mesmo sendo tão louca"(Charlie Brown), como nas campanhas fofas que vêm a seguir.





(1)


(2)


Partindo para a parte boa, que leva em consideração que não é porque a vida não é perfeita que ela não vai ser fofa, temos o Amó Xodó,



que foi feito, inclusive, com casais de verdade. Duvida? Confira o Making of:



Amó Xodó mostra o amor do jeito que grande parte das mulheres sonha ter: "um amor de verdade, cultivado por gestos". Essa campanha fez parte da apresentação do meu TCC com Max Teles e Pk Dantas. Dei uma olhada na 'plateia' e flagrei três mulheres chorando, além de mim mesma. E não há nenhum glamour nas roupas das personagens, nem nas cortinas de lençol e o quarto bagunçado, sem contar no pedido de casamento sem dinheiro, com o aro de um chaveiro. O amor acontece, mesmo em condições não-favoráveis.


Para finalizar, uma campanha internacional da qual eu só fiquei sabendo por minhas andanças pelo youtube em busca de campanhas para a monografia: Dove, True Colors. Um vídeo mostrando meninas de diferentes etnias com problemas de auto-estima, e então a Dove convida as pessoas a "liberar a próxima geração dos estereótipos da beleza". Quantas pessoas não viviam querendo algo desse tipo? Afinal, não é preciso estar no padrão para ser linda, e, principalmente, livre. 
Confira o vídeo, que, além do texto escrito, usou uma música famosa que tem tudo a ver com o contexto da campanha, numa versão com vozes de garotas. Lindo.


Eu tenho um carinho especial pelas campanhas da Dove, que desde 2009 vem trazendo o conceito "pela real beleza". Ah, sabe por que esse tipo de campanha atinge em cheio às pessoas? Porque, segundo Marilde Sievert, "as pessoas estão carentes de humanidade." Agarram-se a qualquer possibilidade de realização neste sentido. 


Eu acho mesmo...já até falei sobre isso antes, quando disse que acho que o mundo está mais fofinho.


Bom, gente...uma semana muito humana pra vocês. Já é Natal ;)



Um comentário:

  1. Ja noite isso,de várias propagandas fazerem um apelo por um enfoque mais real,mais humano,e consequentemente tornar mais proximo o seu produto/ideia das pessoas. Vai de uma questão de identificação,e as marcas ja notam que tentar impor um modelo pre-formulado pode não ser tão eficiente.

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