terça-feira, 17 de abril de 2012

Recado às namoradas chatas

Quando eu aprendi a tocar, as pessoas achavam que eu era dedicada. E não que eu estava com um plano infalível para roubar namorados alheios.


Aqui vai um recado para as namoradas problemáticas: eu não passaria 18 anos dos meus apenas 22 me empenhando para aprender piano só para chamar a atenção de qualquer pessoa. Seus namorados não valem tudo isso. 


Antes de saber o que era namorar, eu já era apaixonada por música. Com 3 anos, chorei ao ver minha irmã participando da apresentação da bandinha e eu não, porque não tinha a idade mínima para entrar.


Se hoje eu estiver numa praça e aparecer um cara com um violão, eu provavelmente vou me aproximar. Se for uma garota, dá no mesmo. Agora se a pessoa tocar MUITO BEM, aí que eu chego perto mesmo. Não é porque vou ficar babando pelos seus namorados. É porque eu vou querer aprender tudo o que for possível, tá entendendo?


Então, antes de acharem que têm o direito de me olhar torto, não responder um "boa noite"ou tomar outras atitudes mais grosseiras, aprendam a me respeitar e notem que, a não ser na música, eu não tô nem aí pros seus companheiros, ok? Como diz a história: não sou obrigada.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Prendendo o tempo numa fermata

O tempo é a coisa mais importante da vida. Ele deve ser a própria vida

Nosso existir se condensa numa sucessão de tempos presentes, um punhado de águas que nunca voltam. Nunca dá pra recuperar o tempo perdido. Uma vez passado, perfeito, imperfeito ou até mais-que-perfeito, é findo. Irreversível.

Na música, duas barras delimitam a morte da canção. Antes disso, barras solitárias separam os agrupamentos de tempo. Entre as barras, só cabe o tempo que foi determinado no compasso. Nada muda isso. Quer dizer...tem uma figura simples, uma curva e um ponto, que têm a capacidade de fazer uma nota durar mais tempo.

Segurar o tempo! Essa figura simples faz o que eu queria: escolher pequenos trechos para durarem um pouco mais. Quero esse poder na minha mão. 

Não dura para sempre, e nem quero. Outras canções devem soar. Mas, nem que seja na fantasia, no simbolismo, quero me lembrar de fazer o tempo parar.

Que venha então uma fermata, em tatuagem, para o dorso da minha mão.

Tempo, te entendo agora.

"Quero uma fermata que possa fazer, agora, o tempo me obedecer."