Nosso existir se condensa numa sucessão de tempos presentes, um punhado de águas que nunca voltam. Nunca dá pra recuperar o tempo perdido. Uma vez passado, perfeito, imperfeito ou até mais-que-perfeito, é findo. Irreversível.
Na música, duas barras delimitam a morte da canção. Antes disso, barras solitárias separam os agrupamentos de tempo. Entre as barras, só cabe o tempo que foi determinado no compasso. Nada muda isso. Quer dizer...tem uma figura simples, uma curva e um ponto, que têm a capacidade de fazer uma nota durar mais tempo.
Segurar o tempo! Essa figura simples faz o que eu queria: escolher pequenos trechos para durarem um pouco mais. Quero esse poder na minha mão.
Não dura para sempre, e nem quero. Outras canções devem soar. Mas, nem que seja na fantasia, no simbolismo, quero me lembrar de fazer o tempo parar.
Que venha então uma fermata, em tatuagem, para o dorso da minha mão.
Tempo, te entendo agora.
"Quero uma fermata que possa fazer, agora, o tempo me obedecer." |
o tempo é umas das coisas que mais gosto de escrever. Sobre perde-lo, tê-lo, deixar passar,aproveitar...não saber tudo que nos aguarda e que o tempo nos traz realmente faz a vida tão interessante
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