sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Escrevi no meio da noite...


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

E tem gente que ainda acredita que Papai Noel não existe...






Não sou mais criança, mas fico feliz com as luzes, o o comércio aberto até mais tarde, os enfeites de Natal. Aprendi com a vida e com Maurício de Souza, através de Mônica e sua turma, que o espírito natalino realmente existe.


E uma das coisas mais lindas do Natal é que, pondo de lado o capitalismo e os presentes, as pessoas tentam perdoar, renovam-se de esperança no que virá, e, de modo especial, tendem a refletir sobre o ano e as pessoas que lhes importam.


Foi essa a minha motivação.


Por isso, espalhei alguns presentinhos...Neste Natal, sem nenhum apelo material, resolvi distribuir palavras àqueles que me tocaram para tal em 2011. Quem sabe você é um deles.


Aguardem.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A necessidade de vida real nos comerciais



Este foi o título de um dos tópicos que fiz sobre Linguagem no meu Trabalho de Conclusão de Curso (Tema: "Texto Publicitário: a emoção como espelho da sensibilidade do receptor"). Isso porque, ao contrário do que achei nos livros de Publicidade, em que quase era um consenso dizer que a Publicidade cria um universo perfeito e irreal:





"A mensagem publicitária cria e exibe um mundo perfeito e ideal, verdadeira
ilha da deusa Calipso, que acolheu Ulisses em sua Odisséia – sem guerras,
fome, deterioração ou subdesenvolvimento. Tudo são luzes, calor e encanto,
numa beleza perfeita e não-perecível." (CARVALHO, 1996, p. 11)




Bom...não é bem isso que tenho visto. Não sei como era em 1996, quando Nelly de Carvalho escreveu isso, mas hoje...eu vejo muita coisa real na propaganda. Seja pra evidenciar coisas ruins/ realistas como a do Criança Esperança (1) e a da Casa do Zezinho (2) ou para mostrar "Como a vida pode ser legal, mesmo sendo tão louca"(Charlie Brown), como nas campanhas fofas que vêm a seguir.





(1)


(2)


Partindo para a parte boa, que leva em consideração que não é porque a vida não é perfeita que ela não vai ser fofa, temos o Amó Xodó,



que foi feito, inclusive, com casais de verdade. Duvida? Confira o Making of:



Amó Xodó mostra o amor do jeito que grande parte das mulheres sonha ter: "um amor de verdade, cultivado por gestos". Essa campanha fez parte da apresentação do meu TCC com Max Teles e Pk Dantas. Dei uma olhada na 'plateia' e flagrei três mulheres chorando, além de mim mesma. E não há nenhum glamour nas roupas das personagens, nem nas cortinas de lençol e o quarto bagunçado, sem contar no pedido de casamento sem dinheiro, com o aro de um chaveiro. O amor acontece, mesmo em condições não-favoráveis.


Para finalizar, uma campanha internacional da qual eu só fiquei sabendo por minhas andanças pelo youtube em busca de campanhas para a monografia: Dove, True Colors. Um vídeo mostrando meninas de diferentes etnias com problemas de auto-estima, e então a Dove convida as pessoas a "liberar a próxima geração dos estereótipos da beleza". Quantas pessoas não viviam querendo algo desse tipo? Afinal, não é preciso estar no padrão para ser linda, e, principalmente, livre. 
Confira o vídeo, que, além do texto escrito, usou uma música famosa que tem tudo a ver com o contexto da campanha, numa versão com vozes de garotas. Lindo.


Eu tenho um carinho especial pelas campanhas da Dove, que desde 2009 vem trazendo o conceito "pela real beleza". Ah, sabe por que esse tipo de campanha atinge em cheio às pessoas? Porque, segundo Marilde Sievert, "as pessoas estão carentes de humanidade." Agarram-se a qualquer possibilidade de realização neste sentido. 


Eu acho mesmo...já até falei sobre isso antes, quando disse que acho que o mundo está mais fofinho.


Bom, gente...uma semana muito humana pra vocês. Já é Natal ;)



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Tolice é viver a vida assim: sem aventura

Lulu Santos foi muito esperto nessa. Tem gente que passa cada ano sem nada especial, tem gente que espera por grandes acontecimentos, e tem gente como eu e mais um milhão, que fazem as coisas aparentemente loucas, aparentemente sem importância, sem nexo...e se divertem muito com isto.


Eu já estava sentindo falta da Universidade desde o sexto período (lembra?), então agora, que as etapas do curso foram concluídas, eu penso em como será quando eu precisar de uma carteira de visitante para entrar lá. 


Enquanto eu penso nos anos que se passaram, lembro-me dos lugares onde estive... da arquibancada nos fins de tarde ou no meio da noite; do papo secreto com Inês, Max e Pk nas árvores baixas que Dudu recomendou; do terraço da biblioteca visto às escondidas, num pôr-do-sol maravilhoso refletindo entre os prédios da Farolândia; da reunião no meio do corredor entre os blocos B e C, no segundo andar, que resultaram no primeiro VT da gente; da quadra fechada, onde no primeiro período a gente jogava o 'baba de publicidade'; da entrada do estacionamento, onde a gente já gastou uma manhã inteira gravando pessoas entrarem e saírem; da primeira vez que entrei no bloco D para ter aula e flagrei os estudantes de direito abismados com as roupas dos novos companheiros de bloco, estudantes de Jornalismo, Publicidade e Psicologia (o número de tatuados foi de dez a cem ;p); do Projeto 72 horas, da gente correndo pra todo canto pra cumprir as metas e gravar o VT.






Tem muito mais coisas. Muito a gente já fez por lá, e conheço todos os lugares. Digo: todos os lugares MESMO. Só tem um que há quatro anos eu olho, olho e só olho. Já vi andorinhas mergulharem nele. Já me disseram que a piscina é semiolímpica, que tem 3 metros de profundidade. Imagine... Todas as vezes que parei ali na arquibancada eu olhei para a piscina e pensei: isso aqui dava um churrascão massa. 


Um evento na piscina, já pensou? Mas a Unit não deixa...


Mas se fosse um último desejo como estudante, seria este: pular na piscina da Unit.
Questão de coragem? Oportunidade? Não sei....






Mais uma vez, volto a Lulu: "Deixa ser pelo coração".

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pra começar o dia com poesia

"Você gostou do vestido.
Eu queria te mostrar o rosto, agora, 
depois do banho.
Fecha os olhos e mexe a cabeça ao lado da minha,
deixa a minha pele sentir que você está perto.


Olha meus olhos,
 olha bem no fundo deles.
Olha a minha boca.
Vê se há, nela, algo de seu,
algo de seu nesse vermelho molhado dos lábios.


Não respire rápido.
Não deseje.
não se distraia com as armadilhas
do meu corpo.


Só me olha, só me sente. 
Com o coração, não com os hormônios.
Você já tem de mim o doce das palavras, 
o encanto do querer bem.
Se as nossas mentes já se acostumaram uma com a outra,
deixa nossos olhos brincarem de se conhecer.


Sem pressa, sem barulho.
Bem quieto. Pshh...
Somente com voz e com olhos e piscadas e sorrisos e paz e dúvida.
Boa noite."




Extraído da caixa de enviadas do meu celular, numa noite qualquer. :)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"Não é fácil ser um cabelo"

Abri um de meus diários, ontem, e encontrei o rascunho de uma atividade da disciplina Criatividade, em que teríamos que escrever um texto sobre 'cabelo', sob orientação do professor Nick Passos, que adoro =)
Segue:


“Oi. Eu vou ser direto e objetivo, porque preciso desabafar: sou um cabelo frustrado.


            Tive o azar de pertencer à espécie mais desprezada, principalmente porque nasci numa mulher. Me acho uma graça, mas a Madalena, a garota onde eu moro, e imagina onde? Ai, ok… vou falar de vez: eu sou um fio de cabelo do buço! Pronto, falei.
Eu não tenho vergonha de ser o que sou, sabe…mas a Madalena morre se me enxergarem. E o pior é que sou tão singelo, tão pequenininho e praticamente imperceptível, mas pra ela não, pra ela eu sou um imenso bigode!
Nem sempre foi assim…
Quando a Madalena tinha quatro aninhos, eu e os meus fios vizinhos segurávamos o leite conosco só para vê-la feliz com o “bigodinho”. Que ironia, meu Deus!
Com 12 anos, lá estava eu num momento muitíssimo importante na vida dela: o primeiro beijo. Marquinhos, era o nome do sortudo. Madalena eu acho que adorou a experiência; eu odiei, porque além de quase me afogar na baba dos dois, o garoto tinha aquele projeto de bigode ridículo que ficava se roçando em mim! Nunca gostei dessas intimidades…
Lembrando assim do passado, eu vejo que vivi 15 anos bastante feliz. Só que quando a Madá fez 16…iiiiiihhhhh!
Foi tudo culpa da Luisa,  a amiga chata dela, nunca fui com a cara. As duas estavam indo pro São João da Escola e eu fui com Madalena dormir na casa da outra. Dá pra acreditar que ela pôs a Madá contra mim, por causa de uma piadinha?
-Ô Madalena…tudo bem que é festa de São João, mas você vai de caipira mulher. Não precisava do bigode.
Ridícula. Ridícula, ridícula, ridícula. Foi aí que começou o pesadelo. Madalena estava linda, uma bonequinha. Aliás, ela sempre era assim: magra, sorridente, cabelos pretos. Este último item é que a matava de ódio. Por quê? Simples. Não que ela não gostasse de seu cabelo. É que se o cabelo era preto, a sobrancelha também era, os fios das pernas também, e…o buço.
Ela queria ser como a Luisa, que, de tão loirinha, tinha vários pelinhos louros pelo rosto, e os dela eram um charme, “não esse bigode horrível aqui”, foi o que ela disse.
Ai, céus! Pra piorar a situação, novamente a sanguinária Luisa deu para a Madá um instrumento de tortura  como presente:uma pinça! Agradeço a Deus que ela era meio canguinha e não deu uma termocêra. Uffa.
A primeira pinçada me pegou e me cortou, mas não arrancou minha raiz. E foi assim que eu fui conesguindo me manter por aqui: sempre escondido, sempre solitário.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Roupa de festa ou roupa de dormir?

Não dá pra negar que se arrumar pra uma ocasião especial é uma das coisas  mais legais em ser mulher. Escolher entre vestido, calça, saia, jardineira...escolher o tamanho, experimentar novas combinações, experimentar o moderno, o clássico, o alternativo...certamente adoro um salto alto, ter postura e passar maquiagem.

Mas, às vezes, eu adoro me ver assim, do jeito que eu estou: com um moletom pra dormir e um casaco folgado, plena cara de "tô em casa", porque é uma das cenas que poucas pessoas têm o direito de ver. Aquele brilhinho nos olhos que vejo no espelho, o meu nariz egípcio que eu adoro e o sorriso por essa chuvinha gostosa que está caindo vão me preenchendo. Até mesmo a forma que a franja ladeia o meu rosto e termina onde os cachos se formam.

Não há nada de erótico, nada de mulher nisso. Apenas um dos resquícios de menina.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Hoje é o dia perfeito pra fazer tudo direito.

Hoje serei nômade. Daqui a pouco saio de casa, pra só voltar bem tarde, depois que der conta da correria. Hoje, serei filha, tirana, pianista e cantora. Atuarei, coisa que só fiz na escola, e vou ter que fazer direito. Por isso, mais  ensaios durante a tarde, com o Grupo A Tua Lona. Aah, detalhe: caí de pára-quedas na peça por que minha amiga, que aí sim é atriz, teve que viajar pra dançar em Fortaleza e não tinha quem a substituísse. Imagina!


Ainda agora de manhã, ensaiar os últimos detalhes pro show da minha banda, a Coutto e Orchestra de Cabeça. De lá, não paro mais. Vou precisar de fôlego.


É nessas horas, horas cheias, que penso como as coisas vão dar certo. Se parar pra pensar, a gente devia pensar assim todos os dias. Gosto muito da música do Falamansa que fala sobre isso, por isso, enquanto me arrumo pra começar a maratona, deixa ela tocando aqui ;)






Wish me luck!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Estou com Banzo.

Os negros escravos sofriam dessa doença, o Banzo, que, resumidamente, significa tristeza profunda por saudade da terra de origem.( Leia mais aqui).
Se minha negritude brasileira me permite, sinto saudade da minha terra, que não é a África, mas sim um pedacinho de chão bem ao Sul da Bahia. Uma cidade que surgiu onde antes havia apenas uma estrada. É a terra de Jorge Amado, do cacau, das Marias, dos Antônios.
Uma cidade cujos arredores são repletos de cacaueiros, hortas, árvores copudas, rios, corredeiras, mata fechada, Mata Atlântica.

(Recomendo ler ouvindo esta canção. A garota não é minha conterrânea, mas foi o que eu estava ouvindo quando escrevi isto aqui)

...e que nessa época do ano se enche de um friozinho gostoso nas madrugadas...
e lembra a mãe dizendo para calçar a sandália, que o chão tá frio;
lembra da equipe de gincana (TATU no coração) fazendo dois virotes seguidos pra ganhar todos os anos, até enjoar;
lembra a batida forte no coração que parece chamar para o São João no interior...

...lembra casa. Casa. Minha casa, onde sempre foi. Meu lar.

E daí dá saudade.
Daquelas apertadas.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Todo mês meus filhos morrem

“Ela afasta os cabelos do rosto e os prende atrás das orelhas, pronta para começar mais um dia. Mais andorinhas sobrevoam o parque, novas famílias circulam, dentre elas crianças, pai e avô.
Não demora muito a chegar no ateliê onde ela trabalha toda manhã, toda tarde, quase toda noite. Na frente há uma banca de revistas, e, volta e meia, Clara vê cartazes de Maire Claire, Manequim, Arquitetura & Construção – vendendo um mundo de beleza e felicidade. E o ateliê, então! Cheio das cores que ela não vê brilhar em sua vida pessoal.

E, se ao fim de cada pôr-do-sol ela derrama uma lágrima, não podem queixar-se: todo mês ela sente morrerem seus filhos, a cada ciclo menstrual, e é impossível conter a dor de ver as páginas de seu futuro ficarem transparentes e sumirem.
Cada nova lua é um indício de que a fertilidade foi em vão, e ela se vê cada vez mais longe da vida com a qual sonhou.
Como uma promessa que não foi cumprida.”

segunda-feira, 13 de junho de 2011

É impressão minha ou o mundo tá mais fofinho?

As últimas décadas foram marcadas por mudanças políticas, tecnológicas e verdadeiras revoluções de comportamento, moral e ‘bons costumes’. As mulheres ganharam o mercado de trabalho e muito mais direitos, buscaram diminuir o racismo, surgiram os celulares e hoje ninguém pega mais o endereço, prefere ligar pra um amigo do meio do caminho. Um dia sem ele do lado é praticamente perdido. As pessoas passaram a publicar suas vidas na internet, o homossexualismo foi, gradativamente, ganhando um certo respeito, surgiram bandas emotivas, coloridas, e...ruins. Tá, nem todas, mas...

Nesse mundo do agora, da informação colaborativa e instantânea, acho que as pessoas estão mais necessitadas de amor, beleza e felicidade. Em poucos dias, vídeos como Oração , da Banda mais bonita da Cidade e Eduardo e Mônica, da Vivo, ganharam o coração das pessoas.

Muita gente queria estar ali dentro da casa ou da história de amor, e eu não me excluo. É uma forma de realização, de brilho nos olhos.
Esse vídeo aqui embaixo eu assisti hoje. Uma melodia gostosa e fofa, típica dos momentos de “ abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim”.

Se essa necessidade repentina de coisas sentimentais reflete a inconstância do mundo atual, a lacuna de amor que o stress diário, a distância e a falta de tempo acarretam, eu não sei. Mas eu adoro essa onda de vídeos – publicitários ou não – cheios de amor, amizade e felicidade, porque me inspiram, e se encaixam no meu modo de ver a vida: sempre fofa, sempre linda, e sempre ao seu alcance. Você faz da vida uma coisa cada vez mais bela, com seus gestos e palavras.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Doe palavras.

Não sei se você já se perguntou quão poderosas as palavras são. Se você é redator, com certeza sim.

Mas as palavras de que vou falar aqui não são as sedutoras da Publicidade - quero falar de palavras simples, aquelas que a gente pensa mas não diz, aquelas que a gente pode não perceber, mas fazem toda diferença.

Uma vez apresentei um trabalho na sala de aula num dia em que eu estava muito feliz, não me lembro o motivo. Um colega me parou e disse: "você está linda hoje". Frase normal, né? Mas eu não estava arrumada, aliás, estava menos arrumada do que de costume. Fiquei horas lembrando do que ele disse, porque, conhecendo-o um mínimo, dá pra saber que ele enxergou o meu comportamento, a alegria que eu emanava, minhas atitudes, e não a roupa ou a maquiagem. Nem todo mundo vê isso.

Ele poderia ter guardado a opinião pra ele, e eu não teria desfrutado da reflexão.

Eu quase sempre pratico a doação de palavras. Às vezes é difícil, porque exige um desprendimento, coragem. Imagina dizer a alguém que você não conhece o quanto ela está bonita ou como gosta do jeito que ela faz alguma coisa! Às vezes eu calo. Quase sempre não.

Sabe o guardinha do bairro, o porteiro, a secretária, recepcionista? Você já tentou fazer o dia deles ser melhor? Tente.

"Fazer o bem faz bem" - Gabriel, O Pensador

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Depois dos baixos, vêm os altos.

Vai haver momentos em que as coisas vão ruir, vai parecer que não há luz no fim do túnel, que os laços vão se quebrar. Vai parecer. Porque sempre há luz no fim do túnel, e os laços só se quebram se você deixar.

Na hora em que falta a ideia genial, falta também o equilíbrio na voz, o bom senso na escolha das palavras. Elas não são suficientes para destruir uma construção tão bem-edificada. Mas são palavras, e devem ser retificadas. Pois não há grito que resolva problema, mas sim calma, silêncio e concentração para fazer, refazer, modificar quantas vezes for preciso.
É questão de disciplina, de apoio mútuo. É questão de não desistir, como me disse um e-mail lindo, atencioso e pessoal que recebi hoje cedo.

Faz-me lembrar de coisas ditas tempos atrás: “obrigada por sempre confiarem nas minhas ideias loucas”. Isso não mudou. Ainda estamos juntos nisso tudo, nessa dificuldade de fazer o ‘feijão-com-arroz’.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Declaração de amor

Vou antecipar o meu Dia da Amizade. Deu vontade hoje, ponto.

Olhando fotos me perdi pensando na felicidade de ter as pessoas que eu tanto admiro e que desejaria ter comigo tão perto. Estou falando dos meus amigos colorindo as fotos nesse post. Não que sejam os únicos, ou os mais importantes, mas porque são especiais, e me inspiraram a pensar nestas palavras.



Começa porque chegar de pára-quedas numa cidade sem conhecer ninguém foi, ao mesmo tempo que um desafio e muito (!) aprendizado, uma oportunidade para ter amigos que tinham que ser muito mais. Tinham não. Que foram e são muito porque são, por si só, cuidadosos e carinhosos.



Me faz pensar quão incrível é a vida. A gente se encontrou. Logo de cara, a gente se escolheu, e com o tempo isso só veio a se concretizar e se aprofundar. Eu tenho eles, que são/somos colegas, companheiros, equipe, brincalhões, eficientes, amigos!

Especialmente para:
@pkdantas
@inesreis
Max Teles
Monise Lima

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Nunca perder o brilho nos olhos!

[escrevi esse texto nas páginas do meu diário ontem, umas dez da noite, contemplando a neblina de Gandu, cidade pela qual eu voltava em meu retorno a Aracaju]

"Outono...
a neblina já chegou aqui no Sul da Bahia.
É uma estação gostosa, onde as folhas caem,

e vai caindo a minha resistência.

Sentimentos não são mais negados:

o amor ágape me tomou na mesa de um bar que nem tem teto."


*amor ágape: o amor geral, que não é o eros nem o filia - o amor sentido pelas pessoas que você pode nem conhecer.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Compor? Eu n...talvez.

Eu já tinha dito aqui ( http://bit.ly/gddrij ) que não conseguia juntar letra e música.

Bom, neste fim de semana eu consegui. Aliás, não totalmente, já que a música que levei para o ensaio (cada semana é a vez de um dos integrantes compor a música que será treinada) era formada por melodia e sussurros. Ainda assim, acredito ter encontrado ligação entre o que se diz e o que se harmoniza. O resultado foi muito bom, inclusive graças ao complemento de meus dois parceiros.

Foto: divulgação


Alguns minutos repetindo a melodia e reinventando-a, fazendo arranjos, e o pai do Pedro sai do quarto com um papelzinho, com a letra pra uma parte. Parece brincadeira, né? Coisa simples, letra pequena, mas melodia encantadora. Pra algumas pessoas isso é mais fácil.

Mas pelo menos agora eu não desisto, um dia tem que sair de mim alguma letra COM melodia que preste ;)

É só aguardar, e vamos ver o que o destino nos reserva.

Aguardem também pelo novo som, a partir da semana que vem a gente começa a expor o projeto.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O que mais importa.

Como eu já disse antes ( http://bit.ly/hy9Nx0 ), sempre acho que o caminho certo é aquele que você escolheu.

Um ano atrás, ouvi de uma mulher de 30 anos uma conversa que me comoveu. O amor de mãe é sempre uma coisa incrível. A única coisa que eu mudaria nessa história seria a auto-estima dela, pois embora não perceba, ela não é gorda, muito menos feia. É linda por dentro e por fora.

Mas vamos à conversa:

"Quando eu me lembro das escolhas que eu poderia ter feito, de não ter escolhido ele, de não ter casado tão nova, eu fico com tanta raiva, porque sei que hoje eu poderia estar com mais dinheiro, bem melhor, sem ter que me estressar por causa dessas presepadas de *Fernando (mudei o nome do ex-marido pra preservar).
Mas quando eu paro e penso que se eu não fizesse as escolhas que fiz, eu não teria meus dois lindinhos (os filhos), eu penso que foi tudo bom assim: Gorda, feia, encalhada. Tá massa!"

domingo, 17 de abril de 2011

72 horas

Eu dei um grito em pleno Grupo de Estudos de Mateus Batalha quando ouvi Marcelo (@marcelohen) no telefone..."Quem mais? O grupo de Luma tb?" Nem ouvi mais nada, comecei a ficar inquieta, a perna tremendo...Dois dias depois, lá estavam todos, muito cedo, marcando presença na Unit. Comecei o dia com um pianinho na reitoria.


Foto: Brunno Rocha
No início, eu só estava ansiosa para aprender o máximo com a Olho de peixe  e a Objetiva, e em produzir o melhor VT com o meu grupo para ganhar o projeto.
Eu nem sequer sonhava que haveria coisas muito mais importantes.
Trajetória (Foto: Unit)

Seja o que quiser/calouros (Foto:Unit)
Logo de cara, tinha 4 nomes desconhecidos e misteriosos na lista de grupos classificados para as 72 horas, e a dúvida só sumiu quando 2 horas se passaram de Workshop. Eram calouros!

Só posso dizer que arrasaram, pois entraram na universidade com todos os pés direitos, sendo classificados para um concurso interno onde praticamente só havia alunos do sétimo período.

Se eu for detalhar demais, não vai caber aqui.

Conectado com a sua vida (Foto:Unit)
O que dá pra dizer é que embora queira ganhar o "concurso" e ver nossa peça na rua, quero de coração que todos os VTs fiquem bons, que é pra mostrar quanto talento a Unit tem, e que dá pra confiar no nosso potencial, criando iniciativas como essa sempre. Eu estou terminando a faculdade, mas fica algo de muito bom para quem tá chegando.

E provavelmente quem vai puxar a cordinha dessa nova geração de Publicidade será o quarteto de calouros, Guto, Íris, Vanessa e Raymundo. Sejam bem-vindos.


E parabéns e obrigada a toda a equipe do 72 horas, seja aluno, produtora, agência, coordenação ou Marketing. Os momentos foram mais que especiais, as horas foram mais que 72.

Primeiro passo (Foto:Unit)

Aquele abraço!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Adulto também muda a cabeça?


Eu sou uma adulta ainda em formação, mas vale.


Diaramente tento me adequar ao padrão de vida ecologicamente correto, mas confesso:  pra mim o mais difícil é economizar papel. Eu tenho fascínio pelas folhas em branco, limpinhas e com cheiro de gráfica. Cada uma tem um cheiro diferente e específico, e algumas me lembram o livro de ciência da 1ª série, que vinha com a música Amanhã, do Caetano Veloso, na contracapa.
Outras me fazem lembrar do livro complementar de matemática, que vinha com cédulas de mentirinha adicionais, o que na época era novidade.



As folhas têm um significado muito grande pra mim: a folha em branco significa o espaço vazio que pode ser preenchido com qualquer coisa, à minha escolha;
o cheiro lembra as associações a outras situações que foram impressas na minha memória;
as folhas preenchidas me lembram quanta coisa eu já vivi, e me revigora.

Sem contar que eu penso muito melhor quando está no papel, então, o que consigo fazer para ser politicamente correta é aproveitar os fundos dos panfletos que casualmente ficaram comigo.

Mas isso tudo é muito cabeça fechada. Eu posso, sim, me adequar e passar a escrever as coisas no computador, deixar tudo arquivado. Não vai ser tão bonitinho quanto no papel, porque eu faço uns designs até legais nas páginas do diário, mas com o tempo eu aprendo a mexer direito no illustrator e enfeito as páginas =) 



Essa coisa toda surgiu porque no trabalho do Mangue com a turma do sétimo período chegamos à conclusão de que campanha de conscientização é mais fácil trabalhar com criança, porque adulto não muda.

Mas será?  As pessoas não podem ser tão seguras do que pensam que não possam mudar...
ao menos isso não seria inteligente.

É um desafio, mas além de esperar o futuro nas nossas crianças, temos que travar alguma luta para o nosso presente. Nos dois sentidos: o momento é agora, e colheremos o que plantamos.

Adultos, ainda é tempo de repensar, refletir e reagir. De agir de novo, de agir de outra forma, de agir como resposta. É um convite.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A saga




Siri
A chuvinha está caindo tão calma…sei que vou sentir saudade de agora, de ontem, quando toda a desorganização possível foi resolvida. Vão passar esses dias onde tudo é tentativa, e a coisa vai começar a ficar séria, virar coisa de gente grande. Haverá prazos, também, e com certeza serão mais rígidos.


Inês




Mal passou e eu já sinto saudade, já acho distante, mas fico admirada e eufórica pelas coisas que a fé e persistência de um grupo podem construir.



Netto
Para participar da seleção de roteiros para o projeto Unit 72 horas, eu, Patrick, Ton, Max e Neto armamos um piquenique no jardim em frente ao prédio da reitoria da universidade para descrever as cenas no documento que seria entregue. Correndo contra o tempo, vi o quanto cada um está ali por um motivo, realmente, e o quanto agimos bem em conjunto.

Ton
Ton fazia as ligações necessárias e descobria onde estavam as pessoaspara corrermos, até descobrir que não havia mais nada aberto para imprimir nossas folhas. Pk continuou a escrever, enquanto eu subi a reitoria feito louca, procurando por uma sala que ainda não estivesse fechada e escura. Já eram 21:50, então perguntei a Edmilson, porteiro e meu amigo, onde ainda havia alguém. “A sala 17, de dona Valdira” . Não poderia haver opção melhor. Dona Valdira é um anjo, sempre o foi pra mim, prestativa, atenciosa, um amor de pessoa.
Pedi que não desligasse a impressora ainda, então fui buscar o pen drive. Seis loucos correndo pelos corredores vazios.


Chegando ao bloco D, local de entrega, tudo escuro.
Fim, era isso.




Patrick
Ou não.
Luma

Eu disse: “Pk, a gente deixa tudo, a gente entrega. Mesmo que eles não estejam aí, a gente deixa por baixo da porta, com um aviso.Vamos?”
Ele: “Vamos”.

Maxwell
O melhor é que as coisas só acontecem quando as pessoas acreditam nelas. Subimos correndo até o quarto andar, onde Max, alma de produtor, arranjou um cartaz, pegou durex do fundo, arranjou piloto, cola…e fizemos uma intervenção na porta, o documento por baixo. Ele foi entregue no prazo, no dia certinho. Levamos bronca do rapaz da limpeza porque ele tinha que fechar o bloco, mas valeu  a pena.








Michelle
O dia ontem começou muito cedo e terminou muito tarde. E foi realmente incrível: cheio de adrenalina e cooperação.



Agora é cruzar os dedos.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Custos e benefícios da sinceridade

Meu primeiro namorado tinha mania de rir de mim.
Ele tirava onda das minhas ratadas no vôlei, fazia piada se eu fosse tocar piano e errasse, passava a manhã inteira na escola enchendo o saco porque não gostou do brinco que eu usava.
Eu, por outro lado, já era assim mesmo, desse jeito: botei o brinco, não vou tirar por causa de namorado. E ficava inchando com as provocações.
Mas tem seu lado bom, e, afinal, todos hoje falam tanto do quanto é essencial ser sincero...

Quando ele dizia "Lu, você está linda", eu sabia que não era fingimento. Então os elogios e palavras tinham muito mais força, impulsionadas pela honestidade. Assim como o 'eu te amo' fazia mais sentido

segunda-feira, 14 de março de 2011

A vida por trás das palavras - #diadapoesia


 O sorriso se abre mesmo é com esse vento de fim de tarde. Aliás, Aracaju é linda vista de cima, e as cores frias da Beira-Mar na Treza de Julho trazem uma energia contagiante. A coisa melhora ainda mais quando se chega - ou passa  - pelos arredores do Parque dos Cajueiros. O motivo para acontecer, eu não sei, mas é como se as árvores acolhessem o espaço com um terno abraço.

O canteiro traz o movimento sereno dos galhos, dançando à frente dos olhos.


 E isso que digo é bonito, mas não porque digo: a beleza está na verdade dos fatos.
Para a poesia ser bonita, ela brinca com a realidade, esse subsídio indispensável, o ponto de partida das palavras bonitas, as quais, por si só, não teriam significado: sem conhecer o orvalho, não se vê sentido nem beleza na letra de Jobim -  "A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor"  - Linda canção, por falar nela.

A poesia está mais para a imagem, beleza, sofrimento, sentimento do que para um conglomerado lexical.

sábado, 12 de março de 2011

Sete notas musicais. Sério?

 Se bem reparares, as notas só são sete no teclado do piano (e seus derivados), pois quem o fez separou-as em preto e branco. Para todos os outros, as notas são 12. Ah, bem, as notas da escala são sete. Da escala que conhecemos e utilizamos, esclareça-se logo, porque existem escalas cromáticas, melódicas, mistas…e, antes delas, os modos gregos com o frígio, o dório e suas junções com oito notas, o hipofrígio e o hipodório, e adjacências.

Mas, como muitos outros no mundo, meu pai é violonista autodidata. Como é, então, que esse inconsciente coletivo leva ele e os outros exatamente aos mesmos acordes? Talvez sejam as músicas conhecidas por nós…um autodidata na Espanha deve tocar as músicas flamencas, irlandeses cantigas e por aí vai.


 Entretanto, voltando ao que eu dizia antes, devo admitir que o inventor do piano era bem planejador: se ele encarasse as notas como sendo 12, ou o piano só teria teclas brancas (e seria tão extenso que seria impossível ser tocado por apenas um executor) ou haveria seis notas para seis semitons (12:2=6, como na perna da garota da foto) e ninguém acharia o dó. Ou o ré, que seja. As mãos também não tolerariam o formato que as escalas desempenhariam.

Deve ser isso: cada instrumento complexo tem um criador inteligente para tornar a execução dos mesmos possível. Imagina colocar todas as notas de um violão numa única corda!? Pois é, a eles a minha reverência. 

terça-feira, 8 de março de 2011

Caminhar sem pra quê

Passava das dez da manhã, o hall do hotel já estava vazio. Minutos antes, meus familiares tinham ido dar uma volta na praia de Boa Viagem. Eu ia subir pro meu quarto, mas o sol lá fora estava muito convidativo, então eu simplesmente saí.

Caderno e lápis na mão, eu andava tentando descobrir o motivo, plena segunda-feira em feriado de carnaval, trânsito pesado e eu com pena das minhas pantufas no asfalto.

Praia de Boa Viagem. Foto: divulgação

O vento no rosto, a mente voando longe, tentando entender o que é essa coisa que empurra, que me leva a fazer coisas sem ter uma razão para tal, que simplesmente manda, e me faz refém. Talvez eu tenha saído para caminhar porque, afinal, eu posso. Não? Quando a gente é criança, quer fazer as coisas sozinho (a) e não pode. Por isso agora eu simplesmente faço. A rua está lá, meus pés também, então eu faço uso.

São coisas simples da vida que às vezes a gente despreza, só porque acha que não é NECESSÁRIO. Nem deve ser. É simplesmente um acréscimo, um acaso. E acasos são coisas muito interessantes. São como um raminho numa árvore, que não é mais importante que o tronco, mas pode dar num longo galho.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Expandindo horizonte nos ônibus coletivos

Exato: eu não acho que as horas dentro de um ônibus são só stress e calor. 



Eu considero os momentos no ônibus como inspiradores e, muitas vezes, divertidos.

Tem aquelas vezes em que cenas hilárias ocorrem e te livram do seu mundinho por alguns instantes, e a isso eu chamo de "Papos Coletivos" - tenho vários na memória e acho que ainda reservarei um tempo para contar sobre eles.

Mas tem também os momentos seus. Coisa que a maioria dos transportes não possibilita, se você for o condutor. No carro, na bicicleta ou na moto você não pode (ou pelo menos não deve) sacar seu caderninho e anotar as contas a pagar, os compromissos que você tem ou as ideias soltas que surgiram. E esse quesito é muito importante. Afinal, uma ideiazinha que seja, se você a anota, automaticamente lembra dela, e depois pode dar continuidade. Acaba se tornando um exercício.

Ano passado, eu andava com umas ideias socio-ambientais no pensamento. Subi num ônibus pra ir para a Unit em pleno horário de engarrafamento, 18h30. Já viu, né? Lógico que o ônibus demorou uma eternidade pra chegar, e, nesse meio termo, eu escrevi todo o projeto de responsabilidade Socioambiental que seria indicado como atividade de Comunicação Integrada no dia seguinte.

Então foi fácil. Quando Henriette explicou a atividade, eu já tinha a empresa escolhida, tudo tudo, e, a partir daí, tanto eu quanto Patrick, Bruna Luh, Daniel Moura, Tayara e Carol Machado só precisamos fazer os ajustes.

Nada mais merecido que receber um dez. Foi uma realização, e um bom presente para a ideia que surgiu no ônibus apertado.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Receita de Homem

Vinícius de Moraes fez a Receita de Mulher. Agora, eu tomei-a emprestada pra colocar a receita do oposto.  Eis aqui:



Os feios que me perdoem, mas beleza é fundamental.

 É preciso que haja qualquer coisa de porte, qualquer coisa de surf wear em tudo isso (ou então que o homem se socialize elegantemente em preto).

Não há meio termo possível. É preciso que tudo isso seja belo. É preciso que de repente se tenha a impressão de ver um cavalo pronto a guiar a manada, e que um rosto adquira de vez em quando essa expressão somente encontrável nas canções de Nando.

É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e se harmonize na cabeça das mulheres.

É preciso, é absolutamente preciso que tudo seja belo e inesperado. É preciso que uns olhares misteriosos lembrem um filme de james Bond.



Ah, deixai-me dizer-vos que é preciso que o homem que ali está como o beija-flor ante à tulipa seja belo ou tenha pelo menos um rosto sem relevos exarcebados e que seja tênue como um punhado de água; mas que seja uma água com olhos e largos ombros. Ombros largos é importantíssimo. Olhos, então, nem se fala, que olhem com certo desejo contido. Uma boca fresca (sempre macia) é também de extrema pertinência.

É preciso que as extremidades tenham contorno, que umas tensões despontem, sobretudo a panturrilha ao mover dos pés.

Gravíssimo é, porém, o problema das costas em V: um homem sem costas em V é como um rio assoreado.


Indispensável que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida o homem se imponha em corcel, e que seus peitos sejam uma expressão brasileira, mais que fortes ou lisos, e possam esquentar o ambiente com uma capacidade mínima de 180 graus.

Sobremodo pertinaz é estarem as orelhas e a nuca à mostra; as pontas que terminem como curvas, mas bem haja um certo volume de nádegas, e que elas sejam rijas, rijas como a superfície das mangas e contidas, no entanto suficientes para acomodar as mãos das mulheres.

Os olhos, que sejam de preferência expressivos, e coloquem-se sempre para lá de um invisível muro da conquista que é preciso ultrapassar.

Que o homem seja em princípio alto, ou, caso baixo, que tenha a atitude mental dos poetas.

Ah, que o homem dê sempre a impressão de que se se fechar os olhos, ao abri-los ele terá preparado uma surpresa, com seu sorriso e suas tramas. Que ele surja, não venha; parta, não vá.

E que possua uma capacidade de distanciar subitamente e nos fazer beber o fel da dúvida.

Oh, sobretudo que ele não perca nunca, não importa em que mundo, a sua infinita volubilidade de pássaro; e quando olhado com profundidade, transforme-se em fera sem perder a sua natureza protetora, que destile sempre o embriagante desejo, e não deixe nunca de ser compositor do efêmero, e em sua incalculável imperfeição, 
constitua a coisa mais atraente e mais perfeita de toda a criação inumerável.