O sorriso se abre mesmo é com esse vento de fim de tarde. Aliás, Aracaju é linda vista de cima, e as cores frias da Beira-Mar na Treza de Julho trazem uma energia contagiante. A coisa melhora ainda mais quando se chega - ou passa - pelos arredores do Parque dos Cajueiros. O motivo para acontecer, eu não sei, mas é como se as árvores acolhessem o espaço com um terno abraço.
O canteiro traz o movimento sereno dos galhos, dançando à frente dos olhos.
E isso que digo é bonito, mas não porque digo: a beleza está na verdade dos fatos.
Para a poesia ser bonita, ela brinca com a realidade, esse subsídio indispensável, o ponto de partida das palavras bonitas, as quais, por si só, não teriam significado: sem conhecer o orvalho, não se vê sentido nem beleza na letra de Jobim - "A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor" - Linda canção, por falar nela.
A poesia está mais para a imagem, beleza, sofrimento, sentimento do que para um conglomerado lexical.
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