Meu primeiro namorado tinha mania de rir de mim.
Ele tirava onda das minhas ratadas no vôlei, fazia piada se eu fosse tocar piano e errasse, passava a manhã inteira na escola enchendo o saco porque não gostou do brinco que eu usava.
Eu, por outro lado, já era assim mesmo, desse jeito: botei o brinco, não vou tirar por causa de namorado. E ficava inchando com as provocações.
Mas tem seu lado bom, e, afinal, todos hoje falam tanto do quanto é essencial ser sincero...
Quando ele dizia "Lu, você está linda", eu sabia que não era fingimento. Então os elogios e palavras tinham muito mais força, impulsionadas pela honestidade. Assim como o 'eu te amo' fazia mais sentido
segunda-feira, 21 de março de 2011
segunda-feira, 14 de março de 2011
A vida por trás das palavras - #diadapoesia
O sorriso se abre mesmo é com esse vento de fim de tarde. Aliás, Aracaju é linda vista de cima, e as cores frias da Beira-Mar na Treza de Julho trazem uma energia contagiante. A coisa melhora ainda mais quando se chega - ou passa - pelos arredores do Parque dos Cajueiros. O motivo para acontecer, eu não sei, mas é como se as árvores acolhessem o espaço com um terno abraço.
O canteiro traz o movimento sereno dos galhos, dançando à frente dos olhos.
E isso que digo é bonito, mas não porque digo: a beleza está na verdade dos fatos.
Para a poesia ser bonita, ela brinca com a realidade, esse subsídio indispensável, o ponto de partida das palavras bonitas, as quais, por si só, não teriam significado: sem conhecer o orvalho, não se vê sentido nem beleza na letra de Jobim - "A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor" - Linda canção, por falar nela.
A poesia está mais para a imagem, beleza, sofrimento, sentimento do que para um conglomerado lexical.
O sorriso se abre mesmo é com esse vento de fim de tarde. Aliás, Aracaju é linda vista de cima, e as cores frias da Beira-Mar na Treza de Julho trazem uma energia contagiante. A coisa melhora ainda mais quando se chega - ou passa - pelos arredores do Parque dos Cajueiros. O motivo para acontecer, eu não sei, mas é como se as árvores acolhessem o espaço com um terno abraço.
O canteiro traz o movimento sereno dos galhos, dançando à frente dos olhos.
E isso que digo é bonito, mas não porque digo: a beleza está na verdade dos fatos.
Para a poesia ser bonita, ela brinca com a realidade, esse subsídio indispensável, o ponto de partida das palavras bonitas, as quais, por si só, não teriam significado: sem conhecer o orvalho, não se vê sentido nem beleza na letra de Jobim - "A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor" - Linda canção, por falar nela.
A poesia está mais para a imagem, beleza, sofrimento, sentimento do que para um conglomerado lexical.
sábado, 12 de março de 2011
Sete notas musicais. Sério?
Mas, como muitos outros no mundo, meu pai é violonista autodidata. Como é, então, que esse inconsciente coletivo leva ele e os outros exatamente aos mesmos acordes? Talvez sejam as músicas conhecidas por nós…um autodidata na Espanha deve tocar as músicas flamencas, irlandeses cantigas e por aí vai.
Deve ser isso: cada instrumento complexo tem um criador inteligente para tornar a execução dos mesmos possível. Imagina colocar todas as notas de um violão numa única corda!? Pois é, a eles a minha reverência.
terça-feira, 8 de março de 2011
Caminhar sem pra quê
Passava das dez da manhã, o hall do hotel já estava vazio. Minutos antes, meus familiares tinham ido dar uma volta na praia de Boa Viagem. Eu ia subir pro meu quarto, mas o sol lá fora estava muito convidativo, então eu simplesmente saí.
Caderno e lápis na mão, eu andava tentando descobrir o motivo, plena segunda-feira em feriado de carnaval, trânsito pesado e eu com pena das minhas pantufas no asfalto.
O vento no rosto, a mente voando longe, tentando entender o que é essa coisa que empurra, que me leva a fazer coisas sem ter uma razão para tal, que simplesmente manda, e me faz refém. Talvez eu tenha saído para caminhar porque, afinal, eu posso. Não? Quando a gente é criança, quer fazer as coisas sozinho (a) e não pode. Por isso agora eu simplesmente faço. A rua está lá, meus pés também, então eu faço uso.
São coisas simples da vida que às vezes a gente despreza, só porque acha que não é NECESSÁRIO. Nem deve ser. É simplesmente um acréscimo, um acaso. E acasos são coisas muito interessantes. São como um raminho numa árvore, que não é mais importante que o tronco, mas pode dar num longo galho.
Caderno e lápis na mão, eu andava tentando descobrir o motivo, plena segunda-feira em feriado de carnaval, trânsito pesado e eu com pena das minhas pantufas no asfalto.
Praia de Boa Viagem. Foto: divulgação |
São coisas simples da vida que às vezes a gente despreza, só porque acha que não é NECESSÁRIO. Nem deve ser. É simplesmente um acréscimo, um acaso. E acasos são coisas muito interessantes. São como um raminho numa árvore, que não é mais importante que o tronco, mas pode dar num longo galho.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Expandindo horizonte nos ônibus coletivos
Exato: eu não acho que as horas dentro de um ônibus são só stress e calor.
Eu considero os momentos no ônibus como inspiradores e, muitas vezes, divertidos.
Tem aquelas vezes em que cenas hilárias ocorrem e te livram do seu mundinho por alguns instantes, e a isso eu chamo de "Papos Coletivos" - tenho vários na memória e acho que ainda reservarei um tempo para contar sobre eles.
Mas tem também os momentos seus. Coisa que a maioria dos transportes não possibilita, se você for o condutor. No carro, na bicicleta ou na moto você não pode (ou pelo menos não deve) sacar seu caderninho e anotar as contas a pagar, os compromissos que você tem ou as ideias soltas que surgiram. E esse quesito é muito importante. Afinal, uma ideiazinha que seja, se você a anota, automaticamente lembra dela, e depois pode dar continuidade. Acaba se tornando um exercício.
Ano passado, eu andava com umas ideias socio-ambientais no pensamento. Subi num ônibus pra ir para a Unit em pleno horário de engarrafamento, 18h30. Já viu, né? Lógico que o ônibus demorou uma eternidade pra chegar, e, nesse meio termo, eu escrevi todo o projeto de responsabilidade Socioambiental que seria indicado como atividade de Comunicação Integrada no dia seguinte.
Então foi fácil. Quando Henriette explicou a atividade, eu já tinha a empresa escolhida, tudo tudo, e, a partir daí, tanto eu quanto Patrick, Bruna Luh, Daniel Moura, Tayara e Carol Machado só precisamos fazer os ajustes.
Nada mais merecido que receber um dez. Foi uma realização, e um bom presente para a ideia que surgiu no ônibus apertado.
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