quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A escolha

Alguém já ouviu a teoria dos sete anos? Que de sete em sete anos há uma grande mudança, bababa…


Bom, eu estou no terceiro 7, tenho agora 21. É provavelmente uma fase de transição.

Nesses momentos, você (não pode ser só eu, come on) pára e reflete, com atenção, que escolhas tomar, sabendo que as opções levam a caminhos totalmente distintos, então é preciso ter calma para escolher o melhor.

A maioria dos adultos ou idosos que eu conheço tem melancolia  por algo que fizeram ou deixaram de fazer em suas vidas – pode ser um detalhe ou uma grande frustração.




Anos atrás, eu devia ter uns treze anos, meu pai conversou comigo por telefone sobre “ e se a outra escolha fosse melhor?” Eu disse a ele que acho que a melhor escolha é sempre a que a gente tomou.

Primeiro, porque acho que deveria ser a melhor mesmo quando você as analisou. É como pensar num namoro ruim e concluir: “por que mesmo eu namorei-o(a)?” Mas, acredite, na hora fazia sentido.

Segundo, porque às vezes sinto que nem é tanto como se tivéssemos realmente opções. A maioria das pessoas só pode ter uma vida, então geralmente caminham na direção do que acham melhor.

Quando escolhi publicidade, colegas – e as mães de alguns deles – me disseram que eu estava desperdiçando inteligência em não fazer medicina ou direito. Mas não consigo me ver mais feliz do que me sinto com minha área se eu tivesse cursado qualquer um desses.


Talvez a alma escolha por nós.




Então, mesmo que eu devaneie por entre os dedilhados do violão e a voz dele, mergulhando através de lembranças e planos, com duas garotinhas branquelas, cabelos pretos semi lisos e de narizes vermelhos, eu sei que os meus pezinhos estão virados pro outro lado, e eu estou andando,  porque algo em mim diz que é assim que tem que ser, e simplesmente devo dar Adeus àquele mundo pronto o qual provavelmente não terei como viver...

Escrevendo um roteiro...

Ok, quem diria, “me”, euzinha, fazendo um roteiro.
Acho que isso não estava no meu roteiro também, mas Cristiano, meu professor de Cinema, me passou alguns booons arquivos sobre roteiros, então cá estou eu, escrevendo um.

Certamente vai ser divertido, ao mesmo tempo que trabalhoso, criar uma história que, definitivamente, não é a minha própria…
Algo incomum, já que passei grande parte da vida escrevendo sobre mim, num diário (vários, na verdade).

Isso explica um dos motivos para o nome do blog: sempre fiz planos – fosse para grandes ou pequenas coisas. Olha só, eu sou do tipo que faz plano do que fazer todos os dias, e qualquer pedaço de papel serve pra isso. Antes de ir pra Aracaju morar sozinha, confesso, fiz uma lista de comidas que eu sabia preparar para cada refeição do dia, fazendo planejamento de semanas deliciosamente arquitetadas…e, acreditem, houve coisas mais estranhas.



Planejar, planejar, planejar…devo admitir que, num geral, eu também sou boa em realizar o que almejo, mas, ainda assim, se pode contar com coisas que você não imaginaria que poderiam acontecer.

Era óbvio imaginar que, se dividisse apê com alguém, haveria vários problemas, eu já tinha sido alertada – eu só não tinha como prever que seria tão profundamente enriquecedor e alto-astral morar um ano com Juci, nem que um garoto tivesse tantas coisas em comum comigo e tanto carinho como Adler.

Nem tudo se pode predizer, acaba que o que acontece, na maioria das vezes, é melhor do que o que já estava no script.

As coisas que não estavam no roteiro são um ganho que você vai achando pela estrada, por isso vale a pena ir andando e mostrar a cara.

Você escolhe pra onde ir e a vida vai dando um sopro.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

I Festival de Cinema Baiano - Ilhéus

Eu, que não sou de escrever textos jornalísticos, vou dar meu depoimento nada imparcial da tarde maravilhosa que tive por causa do I Festival de Cinema Baiano , que começou no dia 9 desse mês e durou até ontem, em Ilhéus - Bahia.

Por conta do meu aniversário e dos preparativos para ele, só pude participar no dia 10, mas o pouco que pude presenciar de muito me valeu.

A cidade

Em primeiro lugar, eu ainda não tinha notado o quanto Ilhéus é encantadora. Tem história, beleza natural e gente =) Ficou especialmente interessante com a turma que foi participar do Festival.
Uesc à noite. Foto: internet
Imagino que boa parte dos presentes está associado(a) ao Curso  Rádio e TV da UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), que inclusive deve ser o ponto de partida da iniciativa. Eu vejo as coisas assim: a educação leva a novos caminhos.
A universidade é linda, por sinal, tem épocas em que veste um tapete rosa das pétalas ao chão dos pés de jambo, e o espaço parece bem místico, localizado bem ao meio de uma das estradas mais lindas, mata Atlântica rodeando, entre Ilhéus e Itabuna. Minha visão é bem poética, mas vale a pena conhecer. aos vestibulandos, quem sabe um curso...é só ir ao site da universidade, link acima.

O festival


Teve mostra competitiva de curtas, adorei, teve o média-metragem sobre um louco de rua de Salvador, discussão, mostra paralela...mas o que mais me chamou a atenção foi o documentário "Indígenas Digitais". Antes, porém, deixa-me explicar o contexto.
A fundação cultural de Ilhéus, um dos locais que sediaram o Festival (os outros dois foram o Teatro Municipal de Ilhéus e o Cine Santa Clara), é uma casa antiga que inspira arte e cultura mesmo.
Lagoa encantada (Foto: internet)
Outra coisa é que tinha acabado de passar um documentário sobre a Lagoa Encantada, aqui pertinho, então adorei ver uma gravação regional falando da minha terra, porque, me desculpem os "ó paí ó"s da vida,
eles são muito bons, mas Salvador e o sertão não é só o que temos, nós,baianos, somos muuuuuito mais que isso, e, aliás, não é daquele jeito caricaturado que me vejo; já no documentário da Lagoa, contemplei a história desde os portugueses, e também o meu próprio jeito de falar no modo das pessoas do vídeo, e isso foi contagiante.

Minha terra já foi a Terra do Cacau. sabiam? É uma história muito interessante, por sinal, outro dia eu conto.

Mas gente, fiquei especialmente encantada com a nova forma de caçar dos Índios On-Line. (www.indiosonline.org.br) É tudo via internet: eles aprendem sobre seus direitos, divulgam suas tradições...

Eles estão utilizando a tecnologia a seu favor, seja gravando fatos comprobatórios, seja arquivando danças e cultos, ou mesmo conseguindo benefícios de aposentadoria. Há 5 anos eles desvendam computadores, inclusive os anciãos da aldeia. Eles estão se apropriando das ferramentas, isso é muito bom! Quem quiser dar uma conferida no documentário, eu super-indico.

Parabéns aos produtores, espero que haja muito mais.