quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Compor, eu? Não, não.

Estive coletando outras ideias, textos e afins, por isso a demora em postar. O texto de hoje foi escrito hoje mesmo, um breve desabafo. Bom, então...lá vai:




Já falei outras vezes sobre o fato de eu não conseguir compor letra e música. Uma vez, aliás, coloquei letra numa das músicas do meu pai. Tinha catorze anos na época, há trechos que gosto muito, por me lembrar do que me fez colocá-los ali, do sentido que fazem pra mim pelo ambiente agradável do jardim de meu pai. 

Outras partes, porém, parecem estragar a melodia tão gostosa da música que, por ser uma das mais gostosas de se ouvir dentre as que ele compôs, se chama “A jóia”, preciosa como é para nós.

E daí paro e penso em como as palavras fluem na boca dele com qualquer combinação de acordes que ele toque no violão dele, o companheiro. Vai balbuciando sílabas e, aos poucos, ele tem um cardápio de palavras legais compondo uma história, uma descrição, o que seja. E eu não. Não consigo fazer isso.

Aí então parece paradoxal: para que amar português e escrever todos os dias, para que amar a música e estudá-la com suas teorias e histórias, harmonias e contrapontos se, no fim, não consigo juntar as duas coisas?

É como se fosse Deus a limitar, a dizer: “Luma, aqui não, deixe as outras pessoas fazerem, você não”, e aí aquela vontade insana de colocar as emoções que sinto nas letras de uma canção, para serem cantaroladas por aí, pelas bocas das outras pessoas, e, quiçá, traduzir para alguém algumas coisas que ele também sente.

Mas não sai. A ideia não vem. O som pode surgir, mas ele pede independência, pede que o espaço seja só dele, e, assim sendo, eu não consigo encaixar uma palavra sequer naquele emaranhado de notas. E é só, não consigo. Não consigo. Não consigo. Não sai.

Antes que se pense que estou só reclamando, não, não. Acontece. Não se pode ter  tudo o que se quer, e, aliás, fico bem me apaixonando pelas músicas das outras pessoas, de qualquer forma.

2 comentários:

  1. ... não, eu desenho em qualquer pedaço de papel disponível e depois "destrato" a imagem no programa Photoshop.

    Mas também é possível desenhar diretamente no Photoshop, seja com vetores ou com as ferramentas de desenho e pintura. O uso de uma tablet também pode ajudar.

    E você, que processo criativo usa?

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  2. Compsição se aprende Luma, não se nasce sabendo ;)

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